quarta-feira, 4 de outubro de 2023

’67 Shelby GT500 (Mustang Shelby GT500)

O Shelby GT 500 clássico na cor branca e faixas azuis

O Shelby Mustang é uma variante de alta performance do Ford Mustang, construído pela Shelby American de 1965 a 1967, e depois assumida pela Ford Motor Company de 1968 a 1970.

Carro Shelby estava bem envolvido com a Ford pelo fornecimento dos motores para os seus Cobra Roadsters, e Lee Iacocca pediu a ele que fizesse uma versão esportiva do Ford Mustang. “Eu realmente não queria fazer isso”, confessa Shelby, “porque não achava que poderia fazer um carro decente com o Mustang”. Por insistência de Iacocca, Shelby fez uma grande reengenharia – transformando o Mustang em um dois lugares de manuseio tenso. O GT350 original que estava equipado com o motor do 289 Cobra logo se juntou ao GT500 de bloco grande e modelos conversíveis. Cerca de 14.000 Shelby Mustangs foram construídos de 65 a 70. Os preços para eles hoje chegam a US $ 50.000 no mercado de colecionadores.

Shelby GT350 – 1965-1966

O GT350 de 1966

O GT500 de 1967

Os Shelby GT350 de 1965-66 eram equipados com o V8 Windsor de 289 cid (4,7 litros) HiPo K-Code com 271 hp, que depois de receber modificações, entre elas a instalação de umm enorme carburador Holley quádruplo de 715 cfm (Cubic Feet per Minute – pés cúbicos por minuto), produzia 306 hp a 6000 rpm e 329 ft-lb de torque a 4200 rpm. O câmbio era Borg-Warner T10  de quatro marchas manuais e Shelby modificava o cabeçote, sistema de escapamento duplo lateral, e instalava os enormes tambores do Ford Galaxie nas rodas traseiras, e discos Kelsey-Hayes nas dianteiras. As rodas eram as Cragar Shelby de magnésio fundido de 15”, com tampas centrais cromadas, com um “CS” estilizado, e tinham o estepe no lugar do banco traseiro, configurando ser um carro de apenas dois lugares, para atender às normas da SCCA como um “Carro-Esporte”.



O GT350 de 1965

Todos os carros de 1965 eram pintados de Wimblendon White, com faixas laterais na cor Guardsman Blue, e poucos exemplares receberam as largas faixas duplas azuis que iam do capô, passavam pelo teto e terminavam na traseira do carro. Alguns dados informam que dos 562 modelos de 1965 apenas 157 tinham esta configuração.

Estes modelos não eram fáceis de dirigir, nem muito confortáveis, pois suas especificações eram para correr segundo as regras da SCCA, e foi campeão por três temporadas seguidas na Classe B-Production. Já o GT350 de 1966 era mais confortável, pois mantinha o banco traseiro, ainda que apertado; podia ser encomendado com cores diversas opcionalmente, e até a transmissão automática era disponibilizada. Esta tendência se manteve nos modelos dos anos seguintes, com os carros ficando maiores, mais pesados e mais confortáveis, perdendo sua esportividade e competitividade nas pistas.

Os GT350 e GT500 de 1966 recebiam muitas modificações em relação aos Mustang de fábrica, e com o afastamento de Shelby, a Ford assumiu a produção dos Shelby Mustang de 1968 a 1970. Eles eram comercializados como Shelby GT 350, perdendo o nome “Mustang” , e podiam ser adquiridos em outras cores, como Azul, Preto, Verde e Vermelho. Outras modificações incluíam a substituição das saídas de ar na coluna traseira por uma janela triangular; tomadas de ar laterais para os freios traseiros, uma caixa de transmissão opcional SelectShift automática de três velocidades, bem como um compressor Paxton. Neste ano, os modelos tinham os escapamentos saindo na traseira do carro e não nas laterais.

Os primeiros 252 GT350 de 1966 eram todos Fastbacks K-Code, especialmente para conversão da Shelby, e recebiam uma nova série de identificação, não necessariamente na ordem do número da Ford. A produção atingiu 1.373 exemplares, incluindo dois protótipos e quatro Shelby preparados para corridas de Dragsters. Para ajudar na escala de produção, a Ford, que tinha participação majoritária na Locadora Hertz, persuadiu a empresa a comprar 1.000 exemplares, incluindo dois protótipos; e era comum os clientes alugarem os Shelby na sexta feira, participarem de corridas no fim de semana e devolverem os carros na segunda com os pneus carecas.

Shelby GT350 e GT500 1967




O GT350 com motor 289 cid (4,7 litros) vinha com o kit de alto desempenho (COBRA), produzindo 306 hp a 6000 rpm, e 329 lb-ft de torque e o GT500 foi adicionado à linha, equipado com o V8 FE Series 428 cid (7,0 litros), com dois carburadores quádruplos Holley de 600 cfm; produzindo 355 hp a 5400 rpm e 420 lb-ft de torque a 3200 rpm. Com Shelby começando a ter problemas financeiros, a Ford decidiu encerrar o acordo com Shelby e em maio de 1967, assumiu a produção dos GT350 e GT500, fechando as instalações de Los Angeles. A frente e a traseira ganharam um novo design, ficando mais agressivos e diferenciando os Shelby dos Mustang normais,

O GT500 "Little Red"

O primeiro GT500 tinha o chassi 0100; o 0131 foi um dos únicos com carroçaria Coupe, e ficou conhecido como “Little Red”, protótipo de um Mustang direcionado para o estado da California, que comprava 20% de todos os Mustang e Thunderbird produzidos num ano. Lee Grey era o gerente de vendas da Ford para o sul da California, e ao ver o Shelby GT500 Coupe vermelho numa apresentação da Ford, convenceu Lee Iacocca a usar a Shelby para fazer um carro customizado para a California. A maioria deles era equipada com o V8 Small Block de 289 cid, dois carburadores duplos e uma caixa de câmbio C-4 automática.

As alterações visuais incluíam faróis de neblina, travas DZUS no capô dianteiro, tomadas de ar à frente da caixa das rodas traseiras, spoiler traseiro e lanternas do Thunderbird 1965. Faixas laterais identificando o modelo “GT/CS”; as cores eram as disponíveis para o Mustang de 1968, e as partes em fibra-de-vidro eram feita pela A.O. Smith, de Ionia, Michigan, a mesma que produzia as carroçarias em fibra do Corvette para a Chevrolet.

Não havia notícias do destino deste exemplar, mas ele foi redescoberto em 2018, mais de 50 anos depois; rastreado pelo VIN, pelos muitos proprietários de o tiveram, foi achado num campo aberto em Weatherford, Texas. Sua designação inicial era “GT/SC”, de Sport Coupe, mas acabou sendo denominado GT/CS.

O outro GT500 coupe foi apelidado de “Green Hornet EXP-500”, construído pela Shelby em abril de 1968, baseado num GT/CS, ele recebeu um V8 428cid CJ Big-Block com injeção Conelec, um câmbio de seis marchas automático, suspensão traseira independente, freios a disco nas quatro rodas, e decoração especial. Craig Jackson, Chairman e CEO da Barret-Jackson Auctions era o proprietário dele, e no Leilão de Scottsdale, em 2013, foi ofertado por US$ 1,8 milhão, mas não foi arrematado, apesar de sua cotação no mercado de colecionadores estar nos US$ 2,5 milhões.

O GT35- Conversível, que não passou do protótipo

Shelby construiu um conversível com o chassi 0139, em 1967, mas ficou no exemplar único do protótipo, e a versão nunca chegou ao mercado. Um exemplar Fastback 1967 foi equipado com o motor V8 427 FE do Ford GT40 de corrida, que produzia 650 hp, e ficou conhecido como “Super Snake”. O carro podia atingir mais de 240 km/h, e numa demonstração da Goodyear dos pneus Thunderbolt, pilotado pelo próprio Carrol Shelby, bateu na marca de 274 km/h. O carro foi arrematado no leilão da Mecum em Indianápolis, em 2013, por US$ 1,3 milhão.

Shelby construiu 26 unidades do Mustang Coupe, K-Code para correr no Grupo 2 da FIA, no SCCA, classe A-Sedan e na Trans-Am Series

Shelby GT350 e Shelby Cobra GT350 (1967)

Um facelift no nariz do Shelby deixou mais avançado, e os faróis de milha instalados na grade, assim como o emblema “Shelby GT350” deu mais agressividade ao design, diferenciando mais os Shelby do Mustang “normal”. Havia duas aberturas no início do capô que levavam ar fresco ao compartimento do motor. Shelby instalou lanternas traseiras sequenciais do Cougar 67 e um spoiler na tampa traseira, e as entradas de ar à frente da caixa das rodas traseiras eram funcionais para refrigerar os freios. As rodas de 15” tinham dez raios, calçadas por pneus radiais com o logo da Goodyear nas laterais. O motor era um V8 com bloco de ferro, 289 cid (4,7 litros) com 306 hp a 6000 rpm, e 329 lb-ft de torque; o carburador único era um Holley quádruplo, o câmbio de quatro marchas manuais tinha embreagem a seco de disco único. Uma caixa de três marchas automática era opcional. Acelerava de 0-60 mph em sete segundos e atingia 140 mph (230 km/h).

Shelby Cobra GT350 (1968)

Para 1968, o nome “Cobra” foi aplicado em ambos os modelos; o GT350 vinha com o V8 302 cid de 230 hp; e o GT500 vinha com o Big Block V8 de 428 cid que a Ford disponibilizava para os Interceptor da Polícia dos EUA, com um carburador quádruplo e 360 hp a 5400 rpm e 420 lb-ft de torque a 3200 rpm. Ainda em 1968, Shelby apresentou o GT500KR (King of Road), com o mesmo V8 428 cid com declarados 355 hp, mas testes posteriores indicaram que o motor produzia 435 hp. Estes vinham com tampas das válvulas em alumínio gravadas com “Cobra Le Mans”, referindo-se às vitórias da Ford sobre a Ferrari em Le Mans de 1966 e 1967.

Shelby GT350 Hertz (1966)

O GT350 Hertz

Estes 1000 modelos foram disponibilizados pela Ford para a Hertz alugar na sua frota, e após o término do contrato, eles retornariam para a Ford, para serem reformados e vendidos ao público como “GT350H”. A maioria deles era na cor preta, com faixas douradas Le Mans e nas laterais, embora poucos saíram na cor branca com listras azuis. Os primeiros 85 carros estavam equipados com transmissões manuais de quatro marchas e a Hertz os anunciava como carros “Rent-a-Racer” (Alugue um Corredor”). Além dos pneus gastos na devolução, relata-se que alguns modelos tinham sinais de soldas de barras de proteção. Um número não confirmado de unidades também era equipado com transmissões automáticas.  

Shelby GT500KR (1968)

Iniciando a produção em abril de 1968, já na fábrica da Ford, o GT500KR (King of the Road – O Rei da Estrada), o Mustang recebia o motor FE 428 cid conhecido como “Cobra Jet”, por isso ele ficou conhecido também pelo nome de The Cobra GT500KR.

Os anos 1969-1970



Os Shelby GT deixaram de ter a designação “Cobra” para 1969, sendo denominados simplesmente Shelby GT350 e Shelby GT500; recebendo um facelift que acompanhava os Mustangs do ano, crescendo 4 polegadas no comprimento, com alguns modelos aumentando até 10 polegadas. As decisões da Ford aumentavam, ao passo que as de Carrol Shelby diminuíam sobre o estilo dos Shelby GT. O GT350 recebia agora o V8 de 351 cid, e Shelby encerrou seu contrato de cooperação com a Ford no verão de 1969.

O ano de 1970 não teve nenhum exemplar Shelby produzido, mas as unidades do ano anterior foram remarcadas no VIN como de 1970, soba supervisão do FBI. As únicas alterações que sofreram era, o spoiler dianteiro e duas listras prestas no capô, além das alterações relativas à lei das emissões para aquele ano. O GT500 teve o carburador modificado (assinalado com “ed” na sua etiqueta; e os distribuidores de ambos os modelos foi alterado para uma versão de 1970. Um total de 789 Shelby (não informados números de cada modelo) receberam estas alterações (re-VIN).

Da minha coleção

A primeira vez em que o Shelby GT500 surgiu na linha dos Hot Wheels foi em 2008, na Série Modern Classics, com design de Jun Imai, baseado na versão do Mustang Eleanor, do filme “60 Seconds”. Este casting tinha a gravação GT-500 na base, separado com um hífen, e em setembro de 2009, na Série 2010 New Models, A Mattel lançou outro casting, com um capô redesenhado e algumas pequenas diferenças.





O novo casting é bem mais detalhado e foi baseado no Shelby GT500 que Carrol Shelby preparava para a Ford em 1967. Este é o modelo que entrou agora na coleção, na cor Metallic Olive Green. Saiu na Série Hot Wheels Garage: Ford, número 1/20, base de metal, rodas RRC com pneus de borracha, com as faixas White Rally.

'67 Shelby GT500, Hot Wheels

O Hot Wheels branco com faixas azuis é um Shelby 1967 GT500, teve as rodas customizadas da AC Custon, detalhamento de faróis, lanternas e escapamentos, fica bem mais caprichado com pouca coisa.

GT350 1965, da M2 Machines

GT500 1966, da M2 Machines

O Shelby GT350 de 1965 é da M2 Machines, na cor branca e faixas azuis tradicionais, abre o capô e as portas, tem rodas especiais e pneus de borracha. O outro GT350 na cor Verde também é da M2 Machines, mas do ano de 1966, e abre somente o capô; ambos têm a base de plástico onde estão afixados.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2767_Shelby_GT500_(2010)

https://en.wikipedia.org/wiki/Shelby_Mustang

https://en.wikipedia.org/wiki/California_Special_Mustang

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