Richard Lee Petty e o seu Superbird
O Plymouth Superbird e Richard Petty são inseparáveis
quando citamos um ou outro. Verdadeira lenda entre os americanos da NASCAR (National
Association of Stock Car Auto Racing), vencedor de 200 corridas em sua
carreira, de longe, o maior campeão da NASCAR, com sete campeonatos
conquistados, em 1964, 1967, 1971, 1972, 1974, 1975 e 1979.
Nascido em 2 de julho de 1937, em Level Cross, Carolina
do Norte, EUA, seu pai, Lee Petty, era um tri-campeão da Grand National Series
(Precursora da NASCAR), e havia fundado a Petty Enterprises Racing Team.
Richard começou a correr em 1958 aos 21 anos de idade, e em 1959, foi agraciado
como o “Rookie of the Year”, com nove classificações entre os 10 primeiros; e
já no ano seguinte, em fevereiro de 1960, obteve a primeira vitória em Charlotte,
Carolina do Norte.
A família Petty formou uma das primeiras “dinastias”
no esporte a motor. Lee corria com o número 42, Richard ficou com o 43 e
Maurice, seu irmão mais novo, com o 41. Lee passou a competir cada vez menos,
passando mais tempo a administrar a equipe, e mais tarde, Maurice se deu melhor
na preparação de motores do que ao volante; o primo deles Dale Inman virou o chefe
de equipe; e Richard pilotava os bólidos da Petty Enterprises. Já na temporada
de 1963, Richard conquistou a maioria das vitórias no ano, mas perdeu o título
por poucos pontos.
Richard Petty, vencedor da Daytona 500 em 1964
Petty em 1987
Ganhou o apelido de “The King”, por ser heptacampeão,
o piloto com 200 vitórias na Serie (sete na Daytona 500), e 127 Pole Positions.
O segundo campeonato que venceu, em 1967, bateu o recorde de vitórias com 27 em
48 disputadas, dez delas consecutivamente. Na temporada de 1975, venceu 13 das
30 corridas disputadas.
Richard Petty, homenageado pelo Presidente Nixon, na Casa Branca
Richard Petty se aposentou em 1992 aos 55 anos, tendo
disputado 1.184 corridas da NASCAR; foi indicado para o International
Motorsports Hall of Fame em 1997, seu filho Kyle e seu neto Adam também
correram na NASCAR.
O Plymouth Superbird nº 43
O Plymouth Superbird de Richard Petty, 1970
A história deste carro começa em 1967,quando Richard
Petty venceu seu segundo titulo da NASCAR, com o modelo Belvedere, massacrando
a concorrência. Dodge, Plymouth, Ford e Mercury eram as marcas principais da
categoria, na verdade, apenas a Ford e Chrysler se enfrentavam para dominar a
categoria de carros de turismo dos EUA, como modelos iguais aos que se viam nas
ruas. Era a aplicação do conceito “Vencer no domingo, vender na segunda”.
O Torino Cobra, da temporada de 1968
Na temporada de 1968, a Ford entrou com o Torino
Cobra, na equipe Holman-Moody, para confrontar a Chrysler e Richard Petty.
David Pearson, que se transferiu da Dodge para a Ford, conseguiu 16 vitórias,
como Petty, mas levou o título por fazer meros 126 pontos a mais do que “The
King”. Petty só conseguiu fazer frente a Pearson porque a Chrysler entrou com o
Road Runner e o Charger 500 neste ano. Para 1969, a Ford continuou jogando pesado:
trouxe o Torino Talladega e o Mercury Cyclone Spoiler II, designado assim por
causa do aplique no nariz do carro, deixando-o mais aerodinâmico, reduzindo o
arrasto e melhorando a estabilidade em altas velocidades.
Richard Brickhouse, com o Dodge Daytona, em 1969
Então a Dodge apelou com o Dodge Charger Daytona,
desenvolvido em túnel de vento e com suporte computacional, resultando num
carro mais comprido que o normal; o bico avançando em cunha, e uma enorme asa
na traseira, numa altura que pegava menos turbulência e era mais eficiente.
Quando Petty ficou sabendo dos desenhos do Daytona,
logo pediu que a Chrysler fizesse o mesmo com um Plymouth, e a negativa da
montadora o fez mudar para a Ford. O Daytona foi equipado com o motor Hemi 426,
com 7,0 litros e 425 hp, e 503 unidades foram fabricadas para homologar o
modelo para as pistas. Somente 70 unidades tinham este motor, e as demais
tinham o Magnum de 7,2 litros e 375 hp. Todos tinham um câmbio manual de quatro
velocidades.
O Charger Daytona estreou em Talladega, com Richard
Brickhouse vencendo com o carro nº 99, conseguindo velocidades de 322 km/h, um número
insano para a época! Mesmo assim, não foi o bastante, a Ford levou a taça de
novo cm David Pearce, e Petty ficou com o vice-campeonato, correndo pela Ford.
O Superbird com o Dodge Daytona, em 1970
Para a temporada de 1970, a Chrysler fez a “mea culpa”,
e trouxe Petty de volta à marca, e fez o que ele pediu: aplicou todo o pacote
aerodinâmico do Dodge Daytona no Plymouth Road Runner e ganhou o nome de
Superbird. Foram produzidas 2.783 unidades seguindo as novas regras da NASCAR
para homologar os modelos, e apenas 135 deles tinham o motor Hemi, os demais recebiam
o motor Magnum, como fizeram com o Charger Daytona.
Assim, o Superbird e o Daytona dominaram a temporada,
com 36 vitórias em 46 corridas. Petty venceu 18 etapas, mas ficou de fora em
sete delas por conta de um acidente que sofrera, então ficou apenas com o 4º
lugar no campeonato; Bobby Isaac, com um Daytona, foi o campeão em 1970.
Como sempre acontece quando um carro ou uma marca domina de forma tão marcante, usa-se o regulamento para puxar o tapete e não foi diferente na NASCAR. Baixaram uma regra que obrigava os carros com aerodinâmica exagerada (Winged Warriors, “Guerreiros Alados”, como ficaram conhecidos) que tivessem a capacidade do motor reduzida para 305 cid (5,0 litros), e claro, tanto a Ford como Chrysler abandonaram os projetos com tais modelos.
R
Strip Weathers, da animação da Pixar/Disney |
Richard Petty não foi campeão com o Superbird, mas foi homenageado pela Pixar na animação “Carros” de 2006, última produção da Pixar antes de ser adquirida pela Disney em janeiro de 2006.
O Superbird faz o personagem Strip Weathers, dublado
pelo próprio Richard Petty, com sua esposa Linda Petty dublando a esposa de
Strip. Outros pilotos também participaram com suas vozes, como Dale Earnhardt
Jr, Michael Schumacher e Mario Andretti. Na dublagem para o idioma alemão, Niki
Lauda fez a voz de “The King”, Tom Kristensen, nove vezes vencedor de Le Mans,
fez a versão dinamarquesa e Mika Hakkinen, a versão finlandesa.
Da minha coleção
O Plymouth Superbird de Richard Petty é reproduzido pela Racing Champions, empresa fundada em 1989, que cresceu nos anos 1990 fazendo modelos vintage licenciados da NASCAR, e posteriormente, começou a produzir modelos de rua também. Ela adquiriu a ERTL em 1999, e nos anos 2000 produziu inúmeros modelos com um excelente nível de detalhamento, não visto ainda na escala de 1:64.
O chassi é de metal, tem rodas especiais com pneus de borracha, mas gravados com o nome “Racing Champions” nas laterais (problemas de licenciamento). Os vidros são tão escuros que parece não ter interior, novamente, para reduzir os custos devido às diversas marcas licenciadas para dar mais fidedignidade ao Superbird pilotado por Richard Petty em 1970.
A Racing Champions Ertl mudou seu nome para RC2,e numa
ação promocional, reproduziu todos os 30 carros com que Richard Petty competiu na
temporada de 1992, vendendo mais de um milhão destes modelos daquela ano. Um dos
clássicos da empresa é o Superbird 1970 de Richard Petty, e o Ford Torino
Talladega 1969 de Cale Yarborogh’s.
Referências:
Racing
Champions Diecast Cars – Auto World Store
https://www.britannica.com/biography/Lee-Petty
https://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Petty
https://www.motortrend.com/news/the-kings-first-elephant/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carros_(filme)
https://www.company-histories.com/Racing-Champions-Corporation-Company-History.html
https://www.company-histories.com/Racing-Champions-Corporation-Company-History.html
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